sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Paródia 2ª Guerra Mundial



Paródia que fiz para trabalhar o conteúdo da 2ª Guerra Mundial com os meus alunos do 9° ano.
Aconselho esse tipo de dinâmica, os meus alunos ficavam cantando pelos corredores, é uma forma deles não esquecerem.


Paródia 2ª guerra mundial
Música Original: Eu nasci há dez mil anos atrás ( Raul Seixas).

Um dia, num país na Europa, eu via a Alemanha sentada olhando.
Com poder ser igual, e com as mãos armadas. O povo parou para ver, e ela agiu sem receio.
E anexou a Áustria e invadiu a Tchecoslováquia e a Polônia foi a gota d’água. Agora vou contar uma história que era mais ou menos assim:

Eu nasci há dez mil anos atrás e não tem nada nesse mundo que eu não saiba de mais. (2X)

Eu vi Hitler invadir a Polônia
E a Inglaterra entrar na guerra
Eu vi soldados pegando em armas e fazendo suas guerras
Eu vi;
Eu vi judeus sendo assassinados
Vi inocentes caírem de joelhos
Eu vi a Alemanha traiu os soviéticos quebrando o Pacto
Eu vi;

Eu nasci há dez mil anos atrás....
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba de mais...(2X)

Eu vi Hitler invadir os soviéticos
Via tática da terra arrasada
Vi o nazismo sugando sangue novo
E se escondendo atrás do povo
Eu vi;
Eu vi o exercito de Hitler cruzar o mapa
Vi os soviéticos mandar o nazismo pelos ares
Eu vi Hitler fugir com os soldados de Stalingrado
Pra Alemanha

Eu nasci há dez mil anos atrás...
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba de mais...(2X)

Eu vi o sangue que corria da montanha
Quando Hitler chamou toda a Alemanha
Vi soldados que sonhava com a amada numa cama de campanha
Eu vi;
Eu vi os japoneses atacarem Pearl Harbor
Eu fui criança para poder entrar na dança
E enquanto os aliados venciam
Eu fiz a festa na varanda

Eu nasci há dez mil anos atrás...
E não tem nada nesse mundo que eu não saiba de mais...(2X)

Eu tava junto com os japoneses em Hiroshima
Eu vi os horrores das bombas que caíram
E quando o Japão saiu da guerra
Eu também quebrei a perna
Eu também
Eu fui testemunha dos horrores da guerra
Eu vi gente morrer por toda a terra
E para quem provar que estou mentindo
Eu tiro o meu chapéu.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Perguntas de um trabalhador que lê


Quem construiu a Tebas de sete portas?
Nos livros estão nomes de reis.
Arrastaram eles os blocos de pedra?
E a Babilônia várias vezes destruída
Quem a reconstruiu tanta vezes?
Em que casas Da Lima dourada moravam os construtores?
Para onde foram os pedreiros, na noite em que
a Muralha da China ficou pronta?
A grande Roma esta cheia de arcos do triunfo
Quem os ergueu?
Sobre quem triumfaram os Césares?
A tão cantada Bizâncio
Só tinha palácios para os seus habitantes?
Mesmo na lendária Atlântida
Os que se afogavam gritaram por seus escravos
Na noite em que o mar a tragou.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César bateu os gauleses.
Não levava sequer um cozinheiro?
Filipe da Espanha chorou, quando sua Armada
Naufragou. Ninguém mais chorou?
Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem venceu além dele?
Cada página uma vitória.
Quem cozinhava o banquete?
A cada dez anos um grande Homem.
Quem pagava a conta?
Tantas histórias. Tantas questões.


(Bertold Brecht)


Comentário:Cada um de nós constrói a sua história, e a nossa convivência em 

enquanto seres sociais constrói a história dos povos, das cidades, das nações, etc.
O que Brecht deixa claro em seu poema é exatamente aquilo que a nova história
da escola de Annales traz, uma história vista "de baixo", a história dos trabalha-
dores e seu cotidiano.
A história nos coloca grandes homens, grandes heróis, mas esquece dos que 
trabalharam e lutaram para que tais grandiosos feitos ocorressem.
Todos os livros tradicionais dizem que Juscelino Kubitschek construiu Brasília,
mas esquecem que sem os milhares de trabalhadores principalmente nordestinos,
Brasília jamais deixaria de ser um projeto.
É necessário lembrarmos que todos nós somos agentes construtores da história, 
sem o homem não há história. Pois a história é a ciência que estuda o homem e 
suas ações sobre o meio natural, não há história sem os seres humanos, a huma-
nidade constrói a sua história todos os dias.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O caminho está em mim


Caminho por estradas tortuosas;
Não acho o caminho de casa;
Eu que sempre soube o rumo certo a tomar,
agora vago entre meus pensamentos.
A solidão as vezes me aconselha;
a solidão me fortalece,
pois, as vezes é preciso olhar para dentro de nós;
é necessário desenhar o nosso próprio mapa para achar o nosso caminho,
ou caminhos.
Busco a saída dentro do meu próprio labirinto;
busco a certeza, se é que ela realmente existe.
Mas á muralhas que passam a proteger-me de mim mesma.
Por enquanto luto contra meus monstros e medos,
pois sei que o caminho está em mim.

domingo, 3 de julho de 2011


Entre as Curvas da Serra: A História de Uma Cidade

Em um ritmo incessante, entre idas e vindas no lombo das mulas, homens de fibra levavam mercadorias do litoral ao interior desse país.
Geralmente as comitivas tinham de três a quatro homens acompanhados de suas inseparáveis companheiras de laboro. As mulas.
Nesse ritmo incessante levavam do extremo sul do país até seu interior tropas com 250 animais ou mais, dentre outras mercadorias. Em um período onde as estradas eram picadas e o transporte era de tração animal, esses bravos homens chamados por nós de tropeiros movimentavam a economia do Brasil, isso desde á época do Brasil colônia até o período do Brasil república em meados do século XX.
Dentre todos os caminhos percorridos por esses bravos homens um, sem dúvida, merece destaque, o caminho entre o litoral de Laguna e a região serrana de Lages. É durante este percurso que se encontra uma das mais belas e desafiadoras etapas na região, conhecida como a Serra do Rio do Rastro.
Em muitas dessas viagens, os tropeiros que cruzavam as perigosas estradas da Serra do Rio do Rastro, iam desbravando as belezas e perigos da região. O trabalho dos tropeiros sem dúvida foi um dos pilares para o surgimento de muitas das cidades do Vale do Rio Tubarão e do Vale do Braço do Norte. Sendo que dentre as cidades que surgirão nesta região uma merece destacar a contribuição dos tropeiros ao seu surgimento. Esta cidade é Lauro Müller, onde se localiza a Serra do Rio do Rastro.
Em meados de 1780 durante o percurso dos tropeiros pela região da Serra do Rio do Rastro, os tropeiros paravam para alimentar-se, eles fizeram com algumas pedras calço para suas panelas, aí perceberam que ao por fogo, essas mesmas pedras começaram a pegar fogo e a exalar um forte odor de enxofre. Os tropeiros que nunca tinham presenciado algo assim, logo associaram o tal feito à coisa do diabo.
Entre suas andanças os tropeiros iam contando a história da pedra “demoníaca” que pegava fogo e que exalava um forte cheiro de enxofre. Não demorou muito até que a noticia chegasse aos ouvidos do governo Imperial brasileiro, que em 1841 mandou uma Comissão investigadora com técnicos e cientistas para averiguar se as tais pedras “demoníacas”, eram de fato carvão mineral e se tinham considerável valor energético. Sendo que, após as analises feitas, constatou que de fato o carvão encontrado pelos tropeiros tinha valor energético, e em meados de 1860 iniciava a sua exploração. Porém, havia um grande entrave para a exploração do carvão em Lauro Müller. O seu transporte até o porto de Imbituba.
Bem logo o problema do transporte do carvão seria solucionado, pois em 1880, iniciava a construção da Ferrovia Teresa Cristina que ligara Lauro Müller ao porto de Imbituba, sendo que a mesma ficou pronta em 1º de setembro de 1884. A linha férrea que ligava Lauro Müller a Tubarão foi desativada após a enchente que devastou a cidade de Lauro Müller em 1974.
Lauro Müller teve durante mais de um século uma economia voltada em torno da mineração de carvão mineral, sendo conhecida hoje como o berço histórico do carvão nacional. Atualmente a cidade ainda explora o carvão, mas com menor intensidade.
Lauro Müller pode ser considerada hoje, uma cidade histórica e turística, pois além ser o berço histórico do carvão nacional possuindo papel de destaque na história econômica da região, é um dos mais belos paraísos naturais do Brasil. Dentre as belezas naturais do município, a que se destaca é a Serra do Rio do Rastro, dentre inúmeras belezas que o município reserva.
Ficou interessado pela história e beleza de Lauro Müller?
Pois então não deixe de conhecê-las. Você vai ficar maravilhado com o que essa pequena e pacata, porém maravilhosa cidade tem a oferecer.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ser Professor

Ser professor em um país onde o ócio e a ignorância prevalecem;
Ser professor em um país onde estudar e esforçar-se não gera reconhecimento;
Ser professor mediante a corrupção e a hipocrisia;
Ser professor em lugares sem recurso, ermos, distantes e esquecidos;
Ser professor em um estado que não é nação;
Ser professor e tentar mudar mentes que tem a ignorância como bandeira de orgulho;
Ser professor em um país onde isso é visto como humilhante;
Ser professor tendo um quadro e um giz para transformá-lo em nação;
Ser professor é acreditar no impossível e torná-lo possível;
É irradiar prazer em ensinar e aprender;
É multiplicar conhecimento e cuidar de um país que não cuida dele;
É amar pessoas que os veem como inimigos;
É levantar a cabeça cada manhã e saber que é um guerreiro;
Um guerreiro cuja as armas são: sua voz, seus livros, seu quadro, seu giz e seu amor em ensinar.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Modernidade e progresso

A visão de modernidade e progresso é algo espantoso, a humanidade se vislumbra diante do novo, do domínio de novas técnicas de produção, transporte dentre outros. No século XIX, na região de Minas (atual Lauro  Müller), o domínio da natureza aparece de forma expressiva. A modernidade se dá como algo inebriante, ilusório, capaz de levar os homens à euforia. Esse efeito, segundo Hardman, em seu livro “Trem fantasma”, é o efeito fantasmagórico, são os fantasmas da modernidade que surgem tão rápido quanto desaparecem diante de nossos olhos.

     Nesse mesmo conceito de modernidade, cidades são construídas e abandonadas. Dentro do fantasma da modernidade, tudo tem uma vida útil e em nome do progresso o velho deve ceder lugar ao novo sempre, sem levar em consideração pessoas ou o natural.
    Durante o século XIX eram organizadas exposições universais para apresentar ao mundo as maravilhas mecânicas da modernidade, as construções inebriantes produzidas, como o “Palácio de Cristal em Londres, na grande exposição de 1851”[1]. “Para se acompanhar a representação da sociedade das trocas desiguais e do maquinismo como espetáculo, nada melhor do que percorrer o cenário das exposições universais[...]”[2]. Essas exposições tinham como objetivo engrandecer o desenvolvimento dos países tanto na Europa quanto na América, não havia nada mais importante para um país durante o século XIX quanto o progresso de suas estruturas econômicas.

Nesses tristes trópicos, sintomaticamente, Levis- Stratuss  imagina  as  metrópoles americanas que conheceu  naquela   mesma  época - incluídas  ai Nova York, Chicago e São Paulo- como imensas vitrines de exposições internacionais, tal a discrepâncias de tempos e culturas nelas condesadas, cidades que envelheciam sem lastro de antiguidade.(...)[3]



É dentro desse mesmo contexto de modernidade e progresso que Lauro Müller foi "explorada", durante o auge da mineração de carvão. E qual o preço que uma cidade paga pelo seu progresso, pela sua "modernidade"? Segundo Hardman, o preço a ser pago é fantasmagórico.





[1] HARDMAN, 1988, p. 43.
[2] HARDMAN, 1988, p. 16.
[3] HARDMAN, 1988, p. 18-19.


Referências: 



HOBSBAWN, Eric J. A era das revoluções Europa 1789-1848. 17ª Ed, São Paulo, SP. Paz e Terra S/A: 2003.


HARDMAN, Francisco Foot. Trem fantasma: a modernidade na selva. São Paulo,S.P. Companhia das Letras, 1988.